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Universidade na rua: meio ambiente, bem-estar e saúde em comunidades vulneráveis em João Pessoa

Nas áreas urbanas das grandes cidades brasileiras ocorre um processo denominado de Urbanismo de risco. Esse processo é demarcado pela falta de segurança do terreno, da construção ou ainda de questões relativas a posse daquele território. Nas cidades esses locais constituem a única alternativa de moradia para os pobres. Essas áreas do ponto de vista ambiental são instáveis, de risco e custosas quanto a urbanização: encostas íngremes, áreas alagadiças, beiras de córregos etc. É sabido que nessas áreas o desequilíbrio nas relações ecológicas leva a proliferação de animais sinantrópicos e pragas urbanas, como ratos, baratas, mosquitos, formigas, escorpiões, entre outros animais. A presença desses animais favorece a disseminação de diversas doenças ou podem causar acidentes . No entanto, essa proximidade entre o povo e a fauna e flora podem ser espaços para o aprendizado, sobre os diversos serviços ecossistêmicos decorrentes da integridade ecológica dos ambientes naturais. A manutenção de um meio ambiente equilibrado, mesmo distante de áreas de vegetação, é imprescindível para uma melhoria nas condições de vida. Logo, a relação da universidade com as comunidades carentes pode cumprir um papel-chave na melhoria do bem-estar da população e a preservação do meio ambiente. Nesse projeto serão realizadas atividades sobre os problemas e soluções de três comunidades carentes de João Pessoa, Terra Nova, localizada no bairro Alto do Céu/Mandacaru, Capadócia, no Treze de Maio e Mulheres Guerreiras, localizada no Bairro das Indústrias. Estas comunidades estão inserida em um contexto de déficit habitacional. Essas comunidades de encontram de forma irregular, sem reconhecimento oficial da prefeitura e, por isso, apresentam sérios problemas relacionados às condições de sobrevivência desta população, como focos de vetores e lixo. Assim, o uso da água e o saneamento do esgoto são precários, causando doenças. A vida cotidiana destas comunidades é dificultada com estes problemas e outros como: a escassa escolaridade e a dificuldade de atendimento médico e de cuidados básicos em postos de saúde da região, devido ao não reconhecimento pelo poder público. Na presente intervenção, será utilizada a metodologia da mobilização coletiva, de maneira que a comunidade deve ser protagonista, iniciaremos investigando a percepção dos problemas relacionados com o foco do projeto e, a partir daí, com a participação dos extensionistas, construímos soluções para serem aplicadas coletivamente, como oficinas, palestras, mutirões e reuniões com o poder público.

Justificativa:
Esta é uma ação de extensão de muita prática em comunidades carentes com problemas ambientais e de saúde sérios. Além de apoiar as comunidades, objetivo primeiro de atividades de extensão, pensando em como a universidade pode devolver a sociedade com o seu conhecimento e para quem mais precisa, a ação dará vivência práticas a estudantes de Ciências Biológicas e outros cursos sobre pragas vetores de doenças e outros problemas de saúde causada pela falta de infra-estrutura urbana, principalmente relacionadas com o uso da água e saneamanto. Através desta vivência, se buscará formas de solução dos problemas através da mobilização coletiva da comunidade.

Metodologia:
A metodologia se baseará na Metodologia para a Mobilização Coletiva e Individual (Falcão e Andrade, 2002), pois ela utiliza uma visão ampla sobre a realidade das comunidades-alvo a partir de princípios participativos da sua população, baseada nas suas relações com o meio e seu prévio conhecimento e suas interfaces culturais, religiosas, ambientais, sociais e econômicas sobre o objeto de análise, no caso, a biodiversidade circundante. Para iniciar um trabalho de extensão necessariamente tem que haver o reconhecimento das comunidades e necessidades regionais. Assim, a presente proposta começa com um cronograma de reconhecimento e para criar novos contatos com as comunidades. Propõe-se aqui, em um primeiro momento, atividades de visitas às comunidades através de apresentações e oficinas da universidade nos locais. Esse tipo de projeto é fácil, com necessidade de pouca estrutura e resultados rápidos. Leva-se à comunidade materiais didáticos para mostrar a diversidade de animais que vivem relacionados a estas comunidades, especialmente os peçonhentos e de importância médica, e como o conhecimento sobre esta diversidade pode estar junto das atividades cotidianas dessas pessoas, seja no aspecto produtivo ou familiar-caseiro. Atividades de maior tempo e disposição dos participantes serão aulas e oficinas práticas, que podem ser ministradas em campo, talvez a maioria, mas também nas salas da universidade e em espaços públicos das comunidades. Para a realização dessas aulas, uma das metas será detectar as principais necessidades da comunidade com relação aos principais conflitos com animais peçonhentos e vetores. Assim, além das apresentações mais simples nas comunidades, se desenvolverão cursos de extensão a serem ministrados nos locais e na universidade, como forma de integração física desses espaços. Pretende-se realizar ao menos três cursos formais (com certificado): - curso de animais vetores e peçonhentos, na comunidade da Terra Nova; - curso de saneamento ecológico e esgotamento, na comunidade da Capadócia; - curso de ação comunitária com populações carentes, na universidade. Animais coletados pela própria comunidade dentro de suas residências, com o auxílio dos extensionistas, poderão ser levados para estes espaços. Atividades em que haja a identificação desses animais são necessárias, para que a comunidade conheça todos os aspectos ecológicos e evolutivos dos inicialmente “desconhecidos” animais. A meta desta atividade é que a comunidade seja capaz de distinguir minimamente os taxa que apresentam real nocividade. A partir do conhecimento da ecologia, biologia e nocividade dos animais, serão formados grupos de discussão para formular medidas de prevenção aos problemas de saúde relacionados a estes animais através da convivência ou evitando a presença deles no entorno ou dentro de suas casas. Essas formulações serão fruto de metodologias agroecológicas, presentes em apostilas já existentes (p.ex., Instituto Ecológica, 2013), úteis para diminuir a presença de animais vetores e peçonhentos. Pretende-se criar uma apostila prática para a melhora da qualidade ambiental a ser entregue nas comunidades, abordando os seguintes temas: problema do lixo e reciclagem, alternativas para esgotamento, animais vetores de doenças e peçonhentos, entre outros. As metodologias agroecológicas serão testadas em diversas áreas, tanto para o controle de pragas, como para o plantio de hortas e outras atividades de melhoria ambiental, de modo que haja um acompanhamento pelas famílias da potencialidade das medidas. Assim, será realizado um monitoramento tanto pelas famílias como pelos extensionistas, tanto do reconhecimento dos animais nocivos, da mudança de comportamento quanto à coexistência com esses animais, da utilização de produtos naturais para seu controle e da construção de um ambiente limpo, natural e saudável.

Objetivos Gerais: 
Desenvolver discussões, cursos e ações para o entendimento sobre a importância da biodiversidade e para a melhoria do meio-ambiente e saúde em comunidades carentes de João Pessoa em contexto de déficit habitacional.

Resultados Esperados
Melhorar o entendimento e contribuir nas soluções para que a comunidade tenha uma boa relação com o meio-ambiente e evite, assim, as doenças causadas por animais pragas urbanas e falta de saneamento básico. Ministração de cursos nas comunidades e na universidade.

Coordenação:MARCIO BERNARDINO DA SILVAE-mail:1940@uol.com.br

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