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Mobilização comunitária no Campo: Agroecologia como estratégia para fortalecer a Conservação e uso da Biodiversidade, no Município do Conde, Paraíba

Propõe-se que a extensão seja um instrumento de interlocução entre o ensino e a pesquisa, por meio de uma dinâmica no processo de ensinar e aprender de forma emancipatória, promovendo o diálogo de saberes, por meio de espaços de vivência da Universidade para Comunidade, quanto da Comunidade para Universidade, contribuindo para um ensino libertador e renovador, de forma que a educação seja um fenômeno transformador de sujeitos cidadãos. Desta maneira, associar o conhecimento científico às necessidades da comunidade externa, muitas vezes em atendimento às demandas socioambientais e a produção de alimentos, necessitam de uma aplicação da teoria, afim de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Como princípio, a Agroecologia (Gliessman 2001, Sauer e Balestro, 2013) busca sua interlocução com aspectos sociais, culturais, ecológicos, afim de construir, com base em metodologias participativas, o entendimento da importância e valorização da conservação da Biodiversidade, da agrobiodiversidade, dos recursos hídricos e das formas de uso da natureza e produção de alimentos (Machado e Machado-Filho, 2014). O projeto em parceria com a Secretaria de Agricultura e Pesca do Município do Conde e a Associação Conde Orgânico, buscaremos por meio de processos participativos desenvolver atividades afim de integrar competências científicas que promovam a geração de conhecimento, uso e manejo sustentável da natureza. Na perspectiva de atender os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, este projeto busca corroborar com ações educativas para promover o desenvolvimento sustentável. Assim, as experiências provenientes das ações propostas no presente projeto, serão publicadas em periódicos nacionais e internacionais, afim de afirmar as experiências exitosas obtidas por meio de processos educativos (atores sociais envolvidos) a partir da Agroecologia. Palavras-chave: Sensibilização, Educação, Conhecimento, Qualidade de vida

Justificativa:
Com o aparecimento da agricultura e da pecuária, os homens puderam pela primeira vez, produzir mais do que necessitavam para sobreviver, ou seja, surgiu um excedente de produção (TONET, 2011). Entretanto, ao longo dos anos a agricultura passou por modernização e, com isso, contribuiu para a alteração nas relações de trabalho, no uso da terra, na produção agrícola e na dinâmica populacional (SANTOS et al. 2014). Se por um lado a agricultura convencional ou moderna, trouxe benefícios para os agentes do agronegócio, por outro lado, surgiram diversos problemas para os agricultores familiares, como, por exemplo, desmatamento em larga escala, erosão genética, contaminação da água e do solo, retirada de lenha, exploração ilegal de madeira, caça, invasão por espécies exóticas, perda de conhecimento local, dentre outros. Também há ameaças como, por exemplo, lobby político permanente para a expansão das terras agrícolas em todo o país (através da mudança da legislação que rege a reserva legal), áreas residenciais e assentamentos (TABARELLI et al. 2005). Desta maneira, o modelo produtivo protagonizado pelo agronegócio vem se mostrado insustentável, sobretudo do ponto de vista socioambiental. Nos últimos anos, há uma crescente preocupação mundial com a reparação de danos provocados pelos diferentes modelos produtivos adotados pelos sistemas agrícolas extensivos, o que trouxe à pauta do desenvolvimento sustentável, a valorização dos Sistemas Agrícolas Tradicionais, que são formados por elementos interdependentes: plantas cultivadas, criação de animais, redes sociais, artefatos, sistemas alimentares, saberes, normas, direitos e outras manifestações associadas (EDT e UDRY, 2019). De acordo com Amorozo (2002) agricultores tradicionais utilizam estratégias para maximizar o uso dos recursos locais disponíveis e não só manter os processos ecológicos que contribuem para a estabilização do sistema, mas também, utilizar os diversos produtos e desenvolver atividades complementares, além de distribuir melhor a força de trabalho ao longo do ano. Baseado em demandas ocasionadas por mudanças no modelo de ocupação e uso do solo que vem influenciando em fatores socioculturais, econômicos, ecológicos, biológicos, criação, manutenção e conservação da diversidade das espécies nos diferentes ecossistemas e no modo de vida do Povo do Campo, propõe-se a agroecologia como alternativa de produção de alimentos, garantindo sustentabilidade e inclusão social. Foi pensando nos objetivos da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015) que a equipe do projeto vem estabelecer uma linha de trabalho que possibilite por meio de ações como estas aqui apresentadas, corroborar de forma local, regional, nacional e até internacional, a partir de um conjunto de ações educativas que estão integradas às dos diferentes países, para cumprimento da agenda da ONU 2030, pois, busca-se orientar a melhoria na produção sustentável de alimentos saudáveis, contribuindo para geração de trabalho e renda no campo, igualdade de gênero, cuidados com a Natureza e com isso, contribuir para a melhoria na qualidade de vida dos povos do campo e das cidades. Conforme disposto na política Nacional de Agroecologia DECRETO Nº 7.794, DE 20 DE AGOSTO DE 2012: “Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Agroecologia e produção Orgânica - PNAPO, com o objetivo de integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis”. Projetos como este, podem trazer à comunidade internacional o testemunho da importância da integração Universidade x Comunidade e da Ciência Agroecológica para ampliar os esforços na perspectiva não utópica de uma sociedade justa e solidária. A equipe do projeto, buscará externar as experiências provenientes das ações desenvolvidas junto aos camponeses e camponesas por meio de artigos publicados em periódicos sejam, nacionais e internacionais como por exemplo, a Revista Brasileira de Extensão Universitária, Revista Brasileira de Agroecologia, Agroecology and Sustainable Food Systems e International Journal of Agricultural Sustainability, dentre outros.

   Coordenação: FERNANDO FERREIRA DE MORAIS  E-mail:fernandobotanica@gmail.com

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