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EMPODERAMENTO DE COMUNIDADES TRADICIONAIS PARA O USO DE TECNOLOGIAS SOCIOAMBIENTAIS, COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NA PRODUÇÃO PESQUEIRA DO ESTADO DA PARAÍBA – 2° EDIÇÃO

 

 

 

A tendência mundial por alimentos saudáveis nos últimos anos tem levado o aumento na demanda por pescado como uma alimentação de qualidade na dieta de grande parte da população humana. O direito da população por segurança alimentar e nutricional, desde 2006 está assegurado pela Lei de Nº 11.346 em seu artigo de Nº 02 da Constituição Federal Brasileira, que regulamenta o acesso permanente e regular de alimentos de qualidade como um direito do cidadão, constituindo-se numa alternativa viável para a geração de emprego e renda e a sustentabilidade do ambiente. No entanto, devido a grande ação predatória do pescado, tem provocado uma redução na opção por alimentos de qualidade, devido a diminuição no número de espécies na produção pesqueira para o mercado consumidor. Assim, a piscicultura (cultivo de peixes) surge como uma forma de sistemas de cultivo integrados baseados no conceito de “Emissão Zero” de resíduos, o qual preceitua que o que é rejeito (output) para um, é alimento (input) para outro, tendo como resultado o melhoramento do gerenciamento do pescado quanto da agricultura, gerando maior fonte de proteína na alimentação, de forma viável em comunidades rurais. O presente projeto tem como objetivo, promover a troca de conhecimentos, científico-tecnológicos com o popular na comunidade acadêmica e os trabalhadores rurais, promovendo o empoderamento por tecnologias alternativas para a difusão da produção aquática sustentável (a implementação da piscicultura), a segurança alimentar e o aumento na fonte de renda das famílias na comunidade. Tomando como base a sustentabilidade ambiental aliado ao sistema de “emissão zero” de resíduos orgânicos na produção pesqueira, a presente proposta encontra-se contemplada na grade curricular do PPC (Plano Pedagógico Curricular) do curso de Ciências Biológicas da UFPB por apresentar uma articulação entre as ações de extensão e a interdisciplinaridade entre as temáticas a ser trabalhadas, contribuindo na ampliação no processo ensino-aprendizagem dos discentes (graduação e/ou pós-graduação), através da aplicação por tecnologias alternativas durante as aulas prática ministradas pelos docentes no curso. As ações serão realizadas no assentamento de Águas Turvas do município de Santa Rita, no Estado da Paraíba, e terá como público alvo, os trabalhadores rurais (agricultores, pescadores e familiares), e como público interno os docentes, discentes e técnicos administrativos da UFPB, que irão contribuir para uma educação de qualidade e o desenvolvimento sustentável, através de formas inovadoras que levem ao melhoramento do nível econômico da população e o desenvolvimento da região. Inicialmente, os atores sociais serão mobilizados e sensibilizados para atividades inerentes ao projeto, e em seguida, serão registrados os aspectos socioeconômicos e os conhecimentos prévios acerca da temática que permeia a proposta de extensão através da aplicação de questionários pré-formulados. Durante o período de 01 de março a 31 de dezembro de 2019 serão realizadas atividades teóricas e práticas, que serão subdivididas em varias etapas, as quais iniciarão com palestras e aulas dialogadas sobre temas diversos (produção pesqueira, sistema de “emissão zero” de resíduos, etc.) Posteriormente, serão realizadas as ações práticas de forma a empoderar os atores de tecnologias alternativas para a implementação da piscicultura familiar (produção de peixes em ambientes confinados), instalação de horticultura orgânica aliada ao sistema integrado de "emissão zero", com aproveitamento de resíduos hortifrutigranjeiros, itens importantes na composição da ração artesanal para peixes, com o intuito de minimizar custos com insumos na produção. Após, os participantes conhecerão as tecnologias para aplicação no processamento e beneficiamento, como uma forma de agregar valor e aumento da vida útil ao pescado, garantindo a qualidade nutricional. Os atores sociais passarão por uma avaliação pré-teste e continuamente após cada atividade e ao final farão um pós-teste como avaliação final. Com a conclusão das ações propostas, espera-se que o presente projeto possa atender a valorização das dimensões do ensino, pesquisa e extensão levando a melhoria na aprendizagem dos atores sociais envolvidos, o desenvolvimento da cidadania, assim como, a sustentabilidade aquática ambiental e o aumento na fonte de renda familiar da população na comunidade.

Justificativa:
A população brasileira tem direito a alimentação e a nutrição assegurado pela Constituição Federal desde 2006 pela Lei de Nº 11.346 em seu artigo de Nº 02/2006, a qual regulamenta o acesso permanente e regular de alimentos de qualidade como um direito do cidadão (NOVELINO, 2012). Desse modo, a aquisição por alimentos saudáveis nos últimos anos vem sendo bastante requisitado pela população humana, com o aumento na demanda por pescado, item de preferência mundial, que apresenta em sua composição uma alta qualidade nutricional e boa aceitabilidade na dieta alimentar. No entanto, devido à grande ação predatória, o pescado tem reduzido o número de espécies na produção pesqueira para o mercado consumidor, levando os pescadores, que dependem dessa produção como fonte de renda, a escolher a aquicultura, mais especificamente, a piscicultura (cultivo de peixes), como um sistema de cultivo integrado baseando no conceito de “Emissão Zero” de resíduos, que preceitua que, o que é rejeito (output) para um, é alimento (input) para outro (ERSE, 2004), aumentando a produção do pescado na cadeia produtiva e a sustentabilidade do ambiente aquático. 

Metodologia:
As ações serão iniciadas a partir de 01 de março e finalizadas em 31 de dezembro de 2019, e será realizado na comunidade rural (pescadores e agricultores) do assentamento de Águas Turvas, da região Sul do município de Santa Rita, no estado da Paraíba As ações serão realizadas em diversas etapas, de forma a facilitar o processo de ensino-aprendizagem oriundo da troca dos conhecimentos científicos e tecnológicos com o saber popular dos trabalhadores rurais. Etapa 1: Mobilização e sensibilização dos atores sociais para execução do projeto Inicialmente, os atores serão mobilizados na sua comunidade para obtenção dos conhecimentos acerca das atividades que serão propostas para a execução do projeto e sua vigência. Em seguida, serão sensibilizados com a construção de uma dinâmica de interação com os membros da equipe, os quais participarão de uma palestra, acerca de temáticas sobre impactos ambientais decorrentes do uso dos recursos pesqueiros e a sustentabilidade do ecossistema natural. Posteriormente, os atores serão entrevistados com a aplicação de questionários pré-formulados de linguagem simples e de fácil entendimento (FERNANDES et al., 2003), para a aquisição do perfil socioeconômico e do conhecimento prévio acerca da temática de extensão que permeia o presente projeto. Ainda nesta etapa, será sugerido que seja feito um contrato de convivência entre todos os participantes, para que haja uma boa condução da execução do projeto nas comunidades. Etapa 2: Ampliação do conhecimento dos atores acerca das temáticas proposta no projeto para a implementação do sistema integrado de produção; A ampliação do conhecimento dos atores acerca das temáticas propostas no projeto será realizada presencialmente na comunidade, sobre a forma de aula dialogada nos temas de “emissão zero” de resíduos orgânicos para uma produção sustentável, com a finalidade de melhorar os conhecimentos no cotidiano dos trabalhadores rurais (pescadores e/ou agricultores) na comunidade. Etapa 3: Implementação da piscicultura familiar integrada ao sistema de “emissão zero” de resíduos. Nesta etapa, serão realizadas varias fases: a) Fase teórica: Na associação de trabalhadores rurais, os atores participarão de aulas dialogadas sobre os conhecimentos científicos e tecnológicos para a implementação da piscicultura integrada a agricultura fundamentado pelo sistema de “emissão zero” de resíduos orgânicos (ERSE, 2004), com o intuito de promover a familiarização com os termos técnicos aplicados durante a realização das atividades. b) Fase prática: A atividades práticas para a implementação da piscicultura serão realizadas diretamente na região do assentamento onde serão instalados viveiros de terra (TORELLI et al., 2010), seguindo as seguintes orientações: • Escolha da área para a escavação dos viveiros a partir das características físicas do terreno; • Preparação (calagem e adubação) dos viveiros aplicando o sistema de “emissão zero” de resíduos orgânicos para a fertilização das águas; por meio da utilização de esterco bovino. • Produção de microorganismos a partir da fertilização das águas dos viveiros, essenciais na alimentação dos peixes. Em seguida, a equipe verificará em laboratório a composição microbiológica do ambiente, finalizando com uma atividade prática, juntamente com os participantes, de observação (macro e microscópica) dos microorganismos encontrados. Etapa 4: Monitoramento da qualidade da água dos viveiros seu aproveitamento na irrigação da horticultura na comunidade Esta etapa terá suas ações realizadas em duas fases (teórica e prática) a) Fase teórica: Os atores sociais participarão de aulas dialogadas sobre importância das condições da qualidade da água dos viveiros (variáveis físicas e químicas), alem das concentrações de nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) importantes na produção agrícola, como também, serão capacitados para utilização dos equipamentos e quites colorimétricos. b) Fase prática: As ações práticas serão realizadas nos próprios viveiros onde os atores farão o monitoramento das variáveis físicas e químicas na água com a aplicação de equipamentos e/ou quites colorimétricos. Durantes as aulas práticas, serão coletadas amostras de água dos viveiros para análises dos nutrientes em laboratório, que será realizada pela equipe do projeto, com o intuito de avaliar as condições das variáveis ambientais e seus efeitos sobre a produção. Etapa 5: Formulação de ração artesanal, a base de resíduos hortifrutigranjeiros Esta etapa será realizada em duas fases: a) Fase teórica: Os atores sociais participarão de aulas expositivas sobre a importância do uso de resíduos hortifrutigranjeiros (verduras, frutos, hortaliças, sangue bovino, coco seco, e farinha de mandioca) na formulação da ração artesanal e sua composição nutricional, como sua importância na alimentação de organismos aquáticos (TORELLI et al, 2010). b) Fase prática: Na atividade prática os participantes processarão os ingredientes dos resíduos hortifrutigranjeiros até o ponto de transformá-los em uma pasta homogeneizada para posterior peletização, gerando assim a ração, e desse modo, minimizando os custos no insumo da produção do pescado (TORELLI et al, 2010; FIALHO et al, 2018). Etapa 6: Monitoramento do crescimento dos peixes e o desenvolvimento da horticultura a partir da aplicação do sistema integrado de “emissão zero” de resíduos orgânicos Essa etapa será realizada em fases teórica e pratica: a) Fase teórica: Os pescadores e agricultores e a equipe participarão de uma aula dialogada sobre o conhecimento do crescimento dos peixes nos viveiros e o desenvolvimento da horticultura. b) Fase prática: Nesta fase, os atores sociais farão o monitoramento do crescimento dos peixes (biometria) nos viveiros quanto o desenvolvimento da horticultura, aliado ao conhecimento popular. Etapa 7: Processamento e o beneficiamento do pescado, como forma de agregação de valor e aumento na fonte de renda familiar Nesta etapa aos participantes serão capacitados atraves de aulas teóricas-práticas acerca do uso da técnica do processamento e beneficiamento do pescado, que ocorrerá após a despesca dos viveiros, quando desenvolverão o processo de filetagem e o beneficiamento do pescado, como: fishbúrguer, almôndegas, linguiça, entre outros produtos (OETTEREER, 2006), de modo a garantir a segurança e a comercialização, visando a valorização do produto final. Etapa 8: Avaliação e Feedback dos atores sociais Os atores envolvidos serão avaliados continuamente entre ações práticas propostas pelo projeto, como também, através de questões teórica-prática na finalização de cada ação realizada. O feedback das ações desenvolvidas será realizado através de uma roda de conversa, onde serão apresentados as vantagens e desvantagens da experiência vivenciada com a execução do projeto e na sua formação profissional. Etapa 9: Produção textual (relatórios, anais, etc.) por parte da equipe a partir dos resultados obtidos e experiências vivenciadas com a execução do projeto Por fim, os resultados obtidos nas diversas ações realizadas serão apresentados na referida comunidade, como também, e através de publicação em encontros de extensão e em artigos em periódicos de pesquisa e extensão.

Objetivos Gerais: 
OBJETIVO GERAL Promover a troca de conhecimentos científicos e tecnológicos com o saber popular dos trabalhadores rurais, levando ao empoderamento do uso de tecnologias alternativas com “emissão zero” de resíduos orgânicos, na implementação da produção pesqueira sustentável, visando a segurança alimentar e o aumento na fonte de renda familiar. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Sensibilizar os atores sociais para os conhecimentos referentes as ações propostas, promovendo o melhoramento dos conhecimentos acerca da temática de sustentabilidade ambiental, minimizando os impactos decorrentes do uso dos recursos naturais. 2. Promover a discussão entre os atores sobre o sistema de “Emissão Zero” de resíduos orgânicos na produção; 3. Implementar a piscicultura familiar na forma de um sistema integrado com “emissão zero” de resíduos orgânicos, através do reaproveitamento do descarte da água para uso na irrigação na horticultura; 4. Monitorar a qualidade da água dos viveiros, alem das concentrações de nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) importantes na produção agrícola; 5. Formular a ração artesanal, a partir de resíduos hortifrutigranjeiros, para administração na alimentação dos peixes, como forma, de minimizar os custos no insumo na produção do pescado; 6. Avaliar a composição nutricional da ração artesanal formulada a partir de resíduos hortifrutigranjeiros; 7. Acompanhar o crescimento dos peixes e o desenvolvimento da horticultura a partir da aplicação do sistema integrado de “emissão zero” de resíduos orgânicos; 8. Processar o pescado e o seu beneficiamento, obtidos da produção integrada da piscicultura, como forma, de agregar valor ao pescado e aumento na fonte de renda familiar.

Resultados Esperados
Espera-se com a execução do presente projeto que, por meio da troca de saberes, técnico-científicos com o popular, os atores sociais tenham desenvolvido um aprendizado significativo sobre a implementação de um sistema de piscicultura integrado a horticultura sob o modelo de “emissão zero” de resíduos orgânicos, para otimização da produção pesqueira sustentável, gerando com novas opções de consumo reforço ao rendimento familiar e da comunidade local. E assim, com as ações concluídas, os atores sociais tenham desenvolvidos os conhecimentos fomentados pelo tripé, ensino, pesquisa e extensão, tornando-os cidadãos multiplicadores dos conhecimentos sobre a sustentabilidade ambiental, contribuindo para uma transformação na sociedade.

Coordenação:JANE ENISA RIBEIRO TORELLI DE SOUZAE-mail:janetorelli@yahoo.com.br

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